Desde setembro de 2024, a China vem enfrentando uma intensa batalha para se recuperar dos problemas econômicos que surgiram com a crise imobiliária iniciada em 2021, com o colapso da gigante Evergrande. O governo chinês tem anunciado uma série de pacotes para tentar reaquecer a economia, com foco principal no setor de imóveis, que está profundamente afetando não só o mercado interno, mas também o cenário global.
Aqui no Brasil, uma das empresas que sentem o impacto dessa situação é a Vale (VALE3), já que o preço do minério de ferro, seu principal produto, vem sofrendo bastante pressão. Vamos conferir as principais medidas adotadas pela China até agora para se livrar dessa crise.
Setembro 2024: O primeiro pacote ‘agressivo’
No final de setembro, o Banco Popular da China (PBoC), liderado por Pan Gongsheng, revelou o pacote de estímulo econômico mais agressivo desde a pandemia. O PBoC cortou a taxa de compulsório dos bancos em 50 pontos-base, o que permitiu mais flexibilidade às instituições financeiras. Além disso, o banco central diminuiu a taxa de recompra reversa de 7 dias para 1,5% e sinalizou novos cortes até o fim do ano. Outra medida importante foi a emissão de 2 trilhões de yuans em títulos de dívida, com o objetivo de incentivar o consumo e dar suporte financeiro às famílias com dois ou mais filhos.
Medidas para o setor imobiliário
Cinco dias depois, o PBoC reduziu as taxas de hipoteca para contratos firmados antes de outubro de 2023, buscando aliviar o mercado imobiliário. Cidades como Guangzhou eliminaram restrições para a compra de imóveis, e outras cidades, como Xangai e Shenzhen, diminuíram o valor de entrada para quem compra a primeira casa.
O governo também estendeu o apoio financeiro às construtoras até 2026, visando facilitar o financiamento de projetos imobiliários inacabados.
Outubro 2024: Pequenos passos frustram o mercado
Em outubro, a China decepcionou o mercado ao anunciar apenas 100 bilhões de yuans em antecipação de orçamento para 2025, valor considerado insuficiente para reverter a crise. Além disso, o PBoC lançou um mecanismo de swap de 500 bilhões de yuans para facilitar que fundos e seguradoras possam comprar ações, tentando estabilizar o mercado financeiro.
As medidas mais recentes de Xi Jinping
Em uma tentativa de acelerar a recuperação, o governo anunciou, em 17 de outubro, um aumento no número de projetos imobiliários aptos a receber financiamento, elevando o valor total de empréstimos para 4 trilhões de yuans. O objetivo é finalizar rapidamente os empreendimentos para garantir a entrega das moradias aos compradores.
A China segue lutando para conter os impactos de sua crise imobiliária e impulsionar o crescimento econômico, mas ainda resta a dúvida se as medidas adotadas serão suficientes para reverter o cenário atual.