Com a transação, o banco diminuiu sua participação na empresa para 3,62%, o que corresponde a 714.588.713 ações da varejista.
Mais um credor da Americanas (AMER3) decidiu se desfazer das ações que obteve como parte do aumento de capital da varejista, destinado a cobrir parte do déficit bilionário no balanço.
Após o Santander, o BTG Pactual (BPAC11) anunciou a venda de parte das ações que recebeu em troca de uma parte dos valores que a varejista ainda deve.
Com a transação, o banco reduziu sua participação na companhia para 3,62%. Assim, o BTG passou a ter 714.588.713 ações da varejista, avaliadas em R$ 42,9 milhões com base no preço de R$ 0,06 por ação registrado na sexta-feira.
Além disso, o banco detém 463.196.695 bônus de subscrição, que oferecem o direito de conversão em novas ações.
É importante destacar que o exercício desses bônus está restrito e sujeito às condições do acordo de lock-up, que proíbe os acionistas de venderem suas participações na empresa.
O banco não divulgou a quantidade exata de ações da Americanas que possuía antes das vendas na B3. De acordo com as regras do mercado de capitais, é obrigatório informar sempre que a participação do investidor ultrapassar ou cair abaixo de 5%.
Após o aumento de capital da varejista, a instituição financeira tinha uma participação combinada de cerca de 7,10% do total de ações AMER3 emitidas, incluindo a posição do próprio banco e de outros veículos de investimento.
Ações da Americanas (AMER3) em Queda
A venda das ações AMER3 pelos credores ocorre em um momento de forte queda dos papéis da Americanas na B3, após o aumento de capital de R$ 24,5 bilhões.
Essa injeção de capital foi uma etapa crucial do processo de recuperação judicial da varejista e visou corrigir o balanço após a revelação de uma fraude contábil.
Dos R$ 24,5 bilhões, R$ 12 bilhões foram aportados pelo trio de bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira.
O restante foi contribuído pelos bancos credores, incluindo o BTG Pactual, que converteram parte dos valores que tinham a receber em ações.
No primeiro dia após a liberação da negociação das ações emitidas no aumento de capital, os papéis da Americanas despencaram mais de 70%.
Assim, a varejista perdeu mais de 93% de seu valor de mercado desde janeiro, com as ações sendo atualmente negociadas a R$ 0,06, o menor valor histórico. Hoje, a empresa está avaliada em pouco mais de R$ 1 bilhão na bolsa.
Além do início das negociações das ações convertidas pelos credores nas últimas semanas, a Americanas também terá seus bônus de subscrição negociados na B3 a partir da próxima terça-feira (27).
A emissão desses bônus ocorreu juntamente com o aumento de capital e oferece ao investidor o direito de adquirir uma nova ação da empresa por R$ 0,01 cada.
As novas ações resultantes do exercício dos bônus serão emitidas e entregues quinzenalmente, começando no dia 11 de setembro e continuando até o término do prazo.
Agrupamento de Ações à Vista
A Americanas convocou uma assembleia de acionistas para setembro com o objetivo de aprovar um agrupamento de ações na proporção de 100 para 1, com a data de corte prevista para esta segunda-feira (26).
Isso significa que 100 ações AMER3 serão consolidadas em uma única nova ação.
Com essa consolidação, o preço da ação também será ajustado pelo mesmo fator, o que fará com que a empresa deixe de ser negociada como uma “penny stock” — ou seja, ações com valor abaixo de R$ 1,00.
Vale ressaltar que ações de menor valor na bolsa, como as penny stocks, são altamente voláteis, com oscilações de preços geralmente mais acentuadas em comparação com outros ativos do mercado acionário.